PGRS: a chave para o lucro e a sustentabilidade na sua empresa

PGRS - a chave para o lucro e a sustentabilidade na sua empresa
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O PGRS transforma a gestão de resíduos de uma obrigação legal em uma poderosa ferramenta estratégica para as empresas reduzirem custos, gerarem lucro e fortalecerem sua reputação sustentável.

Muitas empresas ainda enxergam a gestão de resíduos apenas como um custo ou uma obrigação legal a ser cumprida. Contudo, essa visão está se tornando ultrapassada. E se essa área fosse, na verdade, uma fonte de novas receitas e um poderoso diferencial competitivo? Neste artigo, vamos explorar como um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) e a reciclagem transformam desafios em oportunidades estratégicas, gerando valor real para seu negócio e para o meio ambiente. Vamos entender juntos esse caminho.

Por que a gestão de resíduos é um desafio tão urgente no Brasil?

Para compreender a importância de agir, primeiro precisamos olhar para o cenário geral. A realidade da reciclagem no Brasil revela um panorama de grandes contrastes. Diferentes estudos apontam para um cenário preocupante; alguns indicam que apenas uma pequena fração dos resíduos secos separáveis é efetivamente reciclada, o que reforça a necessidade de uma atuação corporativa mais organizada. Dados mais recentes da Abrema (Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente), que incluem o setor informal, mostram que o país recicla aproximadamente 8% de seus resíduos sólidos urbanos.

Consequentemente, essa baixa taxa de reciclagem gera um impacto econômico significativo e negativo. Um levantamento da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) apontou que o Brasil perde cerca de R$ 14 bilhões por ano ao simplesmente descartar em aterros materiais que poderiam ser reincorporados à cadeia produtiva. Em outras palavras, estamos literalmente jogando dinheiro fora, além de desperdiçar recursos naturais valiosos.

Além disso, a questão vai além da economia. O descarte inadequado, que ainda afeta 41% de todos os resíduos gerados, contamina o solo e os lençóis freáticos, representando um grave risco à saúde pública e ao meio ambiente. Portanto, a implementação de uma gestão de resíduos eficiente, começando dentro das empresas, não é apenas uma boa prática, mas uma necessidade urgente para o desenvolvimento sustentável do país.

O que as empresas já estão fazendo sobre seus resíduos?

Diante desse cenário, seria fácil pensar que o setor corporativo está parado. No entanto, os dados mostram exatamente o contrário. Uma pesquisa recente e inédita do IBGE (PINTEC 2023) revelou que a grande maioria das indústrias de médio e grande porte já está em movimento. Essa é uma informação crucial, pois indica que a sustentabilidade deixou de ser um discurso para se tornar uma prática de mercado consolidada.

De acordo com o levantamento, impressionantes 89,1% das indústrias brasileiras implementaram ao menos uma iniciativa ou prática ambiental em 2023. Isso demonstra que a consciência ambiental está se tornando um pilar estratégico nos negócios. As empresas que ainda não se adaptaram correm o risco de ficar para trás, não apenas em termos de conformidade legal, mas também de competitividade no mercado.

E onde está o foco principal dessas ações? Os dados do IBGE são claros: as práticas mais adotadas são a gestão de resíduos sólidos (79,6%) e a reciclagem e reuso (75,1%). Isso conecta diretamente a elaboração de um bom plano de gerenciamento com a estratégia da maioria das indústrias do país, evidenciando que o caminho para a sustentabilidade passa, inevitavelmente, por uma organização interna eficiente dos resíduos gerados.

Empresas que possuem prática ambientais e de quais tipos de resíduos

O que é um PGRS e por que ele é tão importante?

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, ou PGRS, é um documento técnico que detalha todas as ações relativas à gestão dos resíduos de uma empresa. Exigido pela Lei nº 12.305/2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), ele é muito mais do que um mero papel para cumprir a lei, sendo mandatório para empresas de setores como indústria, saúde, construção civil e outros grandes geradores.

Na prática, o PGRS funciona como um mapa estratégico. Primeiramente, ele força a empresa a olhar para dentro e entender exatamente o que está gerando de resíduo, em qual quantidade e de que tipo. Esse diagnóstico inicial, por si só, já abre portas para a identificação de desperdícios de matéria-prima e ineficiências no processo produtivo que, muitas vezes, passavam despercebidas no dia a dia.

Consequentemente, ao ter esse controle, a empresa pode tomar decisões mais inteligentes. O plano não apenas garante a destinação ambientalmente correta, evitando multas e sanções, mas também serve como uma ferramenta de gestão. Um bom PGRS é fundamental para otimizar processos, reduzir custos e, inclusive, gerar novas receitas com a venda de materiais recicláveis.

Quais são os benefícios diretos de implementar um PGRS?

Os benefícios vão muito além da conformidade legal. A pesquisa do IBGE confirmou que as empresas que investem em práticas ambientais colhem resultados concretos. O principal benefício apontado, logo após o atendimento às normas, foi a melhora na eficiência operacional e a redução de custos/riscos, citada por 84,4% das indústrias.

Isso acontece porque um PGRS bem elaborado permite identificar oportunidades de otimização. Por exemplo, ao separar corretamente os resíduos, uma empresa pode descobrir que uma grande parte do que era descartado como lixo comum tem valor de mercado como material reciclável. Além disso, o plano incentiva a busca por tecnologias mais limpas e processos que reduzam a geração de resíduos na fonte, o que leva a uma economia direta de matéria-prima.

Outro benefício tangível é o fortalecimento da imagem da marca, apontado por 78,8% das empresas. Hoje, consumidores, investidores e parceiros comerciais valorizam companhias com um compromisso real com a sustentabilidade. Apresentar um PGRS robusto e relatórios de sustentabilidade transparentes não é mais um luxo, mas um fator que pode definir o fechamento de um negócio ou a preferência do consumidor.

Como a regulamentação impulsiona a adoção do plano?

Não há como negar: a legislação é o principal motor. O mesmo estudo do IBGE mostrou que 88,6% das empresas implementaram suas práticas ambientais para atender à regulação. A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabeleceu responsabilidades claras para os geradores, e o PGRS é a principal ferramenta para comprovar o seu cumprimento.

A falta de um plano adequado ou sua implementação incorreta pode resultar em multas pesadas, interdição de atividades e, em casos mais graves, até mesmo a responsabilização criminal dos administradores. Portanto, estar em dia com essa obrigação é uma medida fundamental de gestão de risco para qualquer negócio que se enquadre nos critérios da lei.

No entanto, é importante ver a regulamentação não como um fardo, mas como um nivelador de mercado. Ela cria um ambiente onde a competição se torna mais justa, pois todas as empresas precisam seguir as mesmas regras básicas de cuidado ambiental. Nesse contexto, as companhias que vão além do mínimo legal e usam o PGRS como uma ferramenta estratégica são as que mais se destacam.

Gráfico de empresas que realizam práticas ambientais no Brasil

Como elaborar um PGRS eficiente para sua indústria?

Elaborar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos pode parecer complexo, mas o processo pode ser dividido em etapas lógicas e gerenciáveis. Contratar uma consultoria ambiental especializada em PGRS, como a Conambe, é sempre o caminho mais seguro, mas entender os passos fundamentais ajuda o gestor a acompanhar e garantir a qualidade do trabalho.

  1. Diagnóstico completo dos resíduos: O primeiro passo é o mais importante. Consiste em fazer um levantamento detalhado de todos os tipos de resíduos gerados na empresa. É preciso classificar cada um deles (perigoso, não perigoso, reciclável, orgânico), estimar a quantidade gerada e identificar em quais etapas do processo produtivo eles surgem.
  2. Definição de metas claras e alcançáveis: Com o diagnóstico em mãos, o próximo passo é estabelecer objetivos. Essas metas devem ser específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e ter um prazo definido (metodologia SMART). Por exemplo: “reduzir em 20% a geração de resíduo plástico na linha de embalagem em 12 meses” ou “aumentar a taxa de reciclagem de papelão para 90% em 6 meses”.
  3. Elaboração de planos de ação: Nesta fase, você define as ações concretas para atingir as metas. Isso inclui programas de segregação na fonte, treinamento para os colaboradores, definição de áreas de armazenamento temporário, contratação de transportadores e destinadores licenciados, e implementação de logística reversa, quando aplicável.
  4. Monitoramento e melhoria contínua: Um PGRS não é um documento estático que fica na gaveta. Ele deve ser um plano vivo, constantemente monitorado. É essencial acompanhar os indicadores de geração e destinação, registrar os resultados e realizar auditorias periódicas para garantir que as ações estão sendo eficazes e para identificar novas oportunidades de melhoria.

Quais são os maiores desafios na gestão de resíduos e como superá-los?

Apesar dos benefícios evidentes, as empresas enfrentam dificuldades reais. A pesquisa do IBGE revelou que o principal obstáculo são os altos custos das soluções ambientais. De fato, a implementação de novas tecnologias ou a contratação de serviços especializados pode exigir um investimento inicial significativo.

Para superar esse desafio, é fundamental enxergar o PGRS como um investimento com retorno (ROI). O plano ajuda a identificar economias que podem, a médio prazo, compensar os custos iniciais. Além disso, buscar linhas de financiamento para projetos de sustentabilidade e realizar a implementação em fases pode tornar o processo mais viável financeiramente.

Outro desafio comum é a falta de engajamento dos colaboradores. Um plano, por melhor que seja no papel, só funciona se as pessoas o executarem corretamente no dia a dia. Por isso, investir em comunicação interna e treinamentos contínuos é crucial. É preciso conscientizar toda a equipe sobre a importância da segregação correta e dos objetivos ambientais da empresa, transformando todos em agentes da mudança.

Qual o papel dos catadores na cadeia da reciclagem de resíduos?

Não podemos falar sobre reciclagem no Brasil sem destacar o papel fundamental dos catadores de materiais recicláveis. O estudo da Abrema trouxe um dado impactante: dois terços de todos os resíduos que efetivamente chegam à indústria para serem reciclados são coletados pelo trabalho informal desses agentes. A coleta seletiva formal dos municípios, sozinha, responde por apenas um terço.

Este dado mostra a eficiência e a capilaridade do trabalho dos catadores, mas também expõe uma falha estrutural que precisa ser corrigida. Para as empresas, isso representa uma oportunidade estratégica e de grande impacto social. Ao elaborar seu PGRS, considere firmar parcerias com cooperativas de catadores locais.

Essa colaboração é vantajosa para todos. A empresa garante uma destinação correta e eficiente para seus recicláveis, muitas vezes com um custo logístico menor. A cooperativa, por sua vez, ganha acesso a um volume maior de material já pré-separado e de melhor qualidade, o que aumenta sua renda e fortalece seu trabalho. Essa é uma ação prática de ESG que gera valor compartilhado.

Qual é o futuro da reciclagem e da valorização de resíduos?

O futuro aponta para um modelo de economia circular, onde o conceito de “lixo” deixa de existir. Os resíduos de um processo se tornam matéria-prima para outro. Uma das tendências mais promissoras nesse sentido é a valorização energética dos resíduos orgânicos, especialmente através da produção de biometano.

Dados da Abrema indicam que o setor planeja investir R$ 8 bilhões nos próximos cinco anos para expandir a produção de biometano a partir de aterros sanitários. Esse gás renovável pode substituir o gás natural de origem fóssil em indústrias e transportes, descarbonizando a economia. Para empresas que geram grande volume de resíduo orgânico, essa rota tecnológica representa uma oportunidade futura de transformar um passivo ambiental em um ativo energético.

Além disso, a superação de entraves como a alta tributação sobre materiais reciclados, um ponto crítico levantado pelo setor, pode acelerar ainda mais a transição para uma economia verdadeiramente circular. As empresas que já tiverem um PGRS maduro e uma cultura de gestão de resíduos bem estabelecida estarão na vanguarda, prontas para aproveitar essas novas oportunidades de negócio.

Um passo estratégico para o futuro do seu negócio

Ao longo deste artigo, vimos que a gestão de resíduos, orientada por um PGRS bem estruturado, transcendeu a esfera da obrigação legal. Ela se consolidou como um pilar de eficiência operacional, redução de custos, fortalecimento de marca e, fundamentalmente, de visão estratégica de negócio. Os dados mostram que as empresas líderes já estão nesse caminho, colhendo os benefícios financeiros e reputacionais.

Ignorar a importância da reciclagem de resíduos e de um plano de gerenciamento eficaz é ficar preso a um modelo de negócios que se torna cada vez menos competitivo e sustentável. O momento de agir é agora. Comece a enxergar seus resíduos não como um problema, mas como a chave para um futuro mais eficiente, lucrativo e responsável para a sua empresa. Fale conosco e descubra como podemos criar um PGRS personalizado para a sua empresa!

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Guilherme Cecilio

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